
Nova Lei de Licenciamento Ambiental: entenda as mudanças e os impactos para o setor
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17 de outubro de 2025Uma jovem fêmea de onça-parda, batizada de Catarina, foi capturada nesta sexta-feira na região da Estação Ecológica de Fechos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Com idade estimada entre 1,5 e 2 anos, Catarina está em excelente estado de saúde. Após avaliação veterinária, foi devolvida ao habitat natural, onde passará a ser monitorada por satélite como parte do programa de acompanhamento da fauna local.
A captura integra o programa de monitoramento de fauna desenvolvido pela Vallourec, em atendimento às condicionantes ambientais relativas à supressão da vegetação do Bioma Mata Atlântica, conforme a Lei nº 11.428/2006 e o Decreto nº 6.660/2008. O monitoramento é executado pela Prime Ambiental e conta com o apoio institucional do Instituto Estadual de Florestas (IEF), por meio do Parque Estadual da Serra do Rola Moça, e da Superintendência do Ibama em Minas Gerais.
Com a inclusão de Catarina, o programa passa a monitorar, via satélite, oito animais: quatro lobos-guarás, duas jaguatiricas e duas onças-pardas. O objetivo é compreender a dinâmica de ocupação territorial dessas espécies carnívoras, que estão no topo da cadeia alimentar, em uma região marcada por intensas transformações ambientais.
O chamado vetor sul da Grande BH é um mosaico composto por empreendimentos minerários, condomínios residenciais, unidades de conservação e pela rodovia federal BR-040 — atualmente em processo de licenciamento ambiental corretivo pelo Ibama —, que corta a área em direção ao Rio de Janeiro e a Brasília.
A captura da onça-parda foi uma ação cuidadosamente planejada. “Realizamos uma investigação prévia dos ambientes, selecionando áreas com maior propensão de ocorrência da espécie”, explica Joaquim Silva, biólogo coordenador do programa de monitoramento.
“Também avaliamos locais com relatos de possíveis ataques a animais domésticos. Neste caso específico, após verificação técnica, confirmamos a possibilidade real de presença do animal”, afirma o coordenador, acrescentando: “A ação é ativa e proativa, praticamente inédita em sua abordagem, e conta com apoio institucional de órgãos como o Ibama e o IEF.”
O monitoramento contínuo da fauna é essencial para avaliar os impactos da pressão antrópica sobre o ecossistema local e contribuir para a preservação da biodiversidade em um dos biomas mais ameaçados do país.


